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“Consumo excessivo de sódio”

26/08/2019

O cirurgião cardiovascular Sérgio Francisco, do Hospital CHAMA, fez um alerta preocupante ao afirmar que a maioria dos brasileiros não recebe uma educação alimentar adequada e o resultado é o aumento expressivo de patologias cardíacas ligadas diretamente ao consumo excessivo de sódio. Ainda segundo o médico, seria necessário que o Ministério da Saúde realizasse campanhas informativas constantes, orientando as pessoas, através de uma linguagem popular, com informações referentes às quantidades de sódio presentes em cada alimento e o quanto é recomendado diariamente para o organismo humano.

O médico citou como exemplo os caldos de carne e galinha industrializados, que são comercializados em forma de tabletes. Segundo ele, meio cubo de caldo de carne ou galinha tem a metade do sódio que a pessoa pode consumir num único dia. “Boa parte das pessoas não sabe, mas aquele tipo de condimento é uma verdadeira bomba para o coração. O mais preocupante é que, por não haver tal orientação, muita gente utiliza o condimento e ainda coloca sal durante o preparo dos alimentos”, disse o especialista. Ele citou ainda o perigo dos macarrões instantâneos, alertando que o problema não está na massa do talharim, mas aparente inofensivo saquinho, que armazena o tempero e uma grande quantidade de sódio.

O consumo excessivo de sal pode trazer consequências ruins para a saúde, como o aumento da pressão arterial, problemas renais, arritmia e infarto. A organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso máximo de 5 gramas diárias de sal, mas o consumo médio do brasileiro ultrapassa o recomendado. PERIGO COMEÇA NA INFÂNCIA Os índices de hipertensão e obesidade têm crescido muito até por conta do sedentarismo que envolve a infância em países como o Brasil. Várias patologias cardíacas podem ser desencadeadas durante a infância, uma vez que as crianças não recebem uma educação alimentar adequada por parte dos pais, que exageram no consumo de alimentos ricos em sódio. Segundo o médico Sérgio Francisco, os salgadinhos, biscoitos waffer e refrigerantes estão entre os grandes vilões da saúde das crianças.

A substituição das brincadeiras com bola, pula-corda, pega-pega e esconde-esconde pelos jogos tecnológicos tem contribuído para o surgimento precoce dessas patologias. “Hoje as crianças ingerem as calorias e não as queimam como antigamente. A televisão, o computador e os jogos eletrônicos têm provocado um sedentarismo e, consequentemente, a baixa queima de energia”, alertou.