Pessoas com idades entre 10 e 30 anos são as maiores vítimas dos desmaios, afirma especialista
27/07/2015
A síncope, popularmente conhecida como desmaio, consiste na perda súbita da consciência com recuperação imediata e espontânea. Na população em geral, a taxa anual de episódios de síncope é de 18,1 à 39,7 a cada mil pessoas, com alta prevalência na faixa etária entre 10 e 30 anos de idade.
Episódios de perda da consciência podem ter diversas causas, dentre elas a síncope, convulsão ou até mesmo uma hipoglicemia. Na síncope, a origem pode ser cardiológica, neurológica ou reflexa (vasovagal) mais comumente. Também pode ser situacional, ocorrendo em situações específicas como medo, durante micção ou coleta de sangue, por exemplo.
A convulsão pode ser diferenciada da síncope através de algumas características como ocorrência de liberação esfincteriana (urina ou fezes) durante o episódio, abalos musculares e maior demora para recuperação. Também pode haver sonolência após o episódio.
De acordo com a cardiologista e arritmologista Patrícia Caldas, do Hospital Chama de Arapiraca, o tipo de desmaio mais comum é causado pelo reflexo vasovagal (síncope vasovagal), tendo duração de alguns segundos ou minutos. Geralmente é precedido por sintomas como tontura, falta de ar, suor, mal estar e visão escurecida, provocados pela queda dos batimentos cardíacos ou da pressão arterial.
A síncope pode ocorrer também durante ou logo após acabar as atividades físicas. Quando ocorrer após o término do esforço esse tipo de ocorrência tem mais características de síndrome vasovagal. Já quando os desmaios ocorrem durante a atividade física chama atenção para uma síncope de possível origem cardíaca, sendo imprescindível uma investigação mais detalhada, uma vez que pode ser causada por arritmia cardíaca. Nesses casos é indicado suspender a atividade física e procurar um médico imediatamente para orientação.
A causa da síncope pode ser investigada por meio de histórico do paciente, exame físico, eletrocardiograma, radiografia de tórax, teste ergométrico, holter, ecocardiograma, tilt teste e exames de imagem como tomografia ou ressonância do crânio.
“Os pacientes devem ser aconselhados a evitarem fatores predisponentes como permanência em ambientes quentes e fechados, desidratações, permanência por tempo prolongado em postura ortostática e uso de medicações que interferem diretamente no problema”, frisou a cardiologista e arritmologista Patrícia Caldas.
A especialista orienta ainda que no caso de desmaios é necessário deitar a pessoa e elevar as pernas, elevando assim a pressão arterial e abortando ou retardando a perda da consciência na maioria dos casos.
Ainda de acordo com a especialista há um aumento da incidência da sincope após os 70 anos de idade, com 11,1 episódios a cada mil indivíduos com idades entre 70 e 79 anos.
A taxa de recorrência do quadro de síncope é de aproximadamente 35%, na maioria das vezes ocorrendo nos dois primeiros anos subsequentes.
Outra morbidade desse quadro é a lesão física, a qual pode estar presente em 29% dos pacientes, com trauma maior em 4,7% destes. Nos idosos com síncope por hipersensibilidade do seio carotídeo, a prevalência de trauma pode chegar a 43%.
Esse quadro é responsável por 3% a 5% dos atendimentos de urgência e resulta em internação em cerca de 40% dos casos, com média de permanência de 5,5 dias. Assim, além do impacto social, ocorre piora da qualidade de vida, incluindo o estado físico, mental e funcional.